Lançamento do livro “Pela lente do repórter” de Josefa de Maltezinho

Num mundo que aparenta estar próximo do abismo, somos confrontados, diariamente, com notícias sobre a guerra, violência, misoginia, homofobia, homicídio, racismo, xenofobia, fome… em pleno século XXI continuamos a ter os mesmos problemas de sempre, e é essa a reflexão que Josefa de Maltezinho faz «pela lente do repórter». E começa imediatamente na página 11 quando questiona o leitor, ou o mundo: «que coisa é o coração humano?», como se o coração humano fosse filho de nada, ou melhor, fosse um bastardo do nada. E prossegue na página seguinte quando afirma que «Eu sempre soube que dar o peito à morte a jusante/ e sair dela pelo próprio pé…» é como se fosse um rumor entre a luz e a noite, um veículo orgânico, o pé, ou melhor, os pés, que têm a função de percorrer o caminho, mesmo que essa vereda só tenha silêncio e morte, a anunciada «morte a jusante», onde não há espaço para as aves, para os barcos, para as árvores, para o mar… (…)
Luís Aguiar 
16h – Entrada Livre

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In a world that appears to be close to the abyss, we are confronted daily with news about war, violence, misogyny, homophobia, murder, racism, xenophobia, hunger… in the middle of the 21st century we still have the same problems as always, and this is the reflection that Josefa de Maltezinho makes “Through the reporter’s lens”. And it starts immediately on page 11 when she asks the reader, or the world: “what is the human heart?”, as if the human heart were the child of nothing, or rather, a bastard of nothing. And he continues on the next page when he says that “I always knew that giving my breast to death downstream/ and leaving it by one’s own foot…” is as if it were a rumor between light and night, an organic vehicle, the foot, or rather the feet, which have the function of walking the path, even if that path only contains silence and death, the heralded “death downstream”, where there is no room for birds, boats, trees, the sea… (…)
Luís Aguiar
4pm – Free entry